Das Loucuras (coração curaçau)

Fez do mundo muito mais e do pecado pouco apego;

No coração o compasso bradava pedindo arrego:

Fim infindo, engolindo, um menino, indo e vindo.

Havia uma representação de algo novo e mais vivo;

Lábios que dançam em vozes que brilham – fator incisivo.

Licor doce que flui para cima pelo canto da boca,

Desafia a gravidade, cor de sangue, febre louca.

Ardor que não termina nos joelhos amassados ao chão;

Em diversos momentos da lembrança – combustão;

Mãos coladas e mente focada em pedidos de lucidez.

Em ínfimos e únicos flashes e lampejos – embriaguez.

Cerca de oitenta e três por cento, por certo, tentam ou pulam a cerca;

Uns se jogam no abismo, abismados; outros voam avoados...

À toa, todos regam as flores e rogam pela sobra.

Os dezessete por cento que sobram vem aceitar serem pau para toda a obra.

As pedras começam a rolar e colar, para formarem a muralha;

Força interior e exterior que aquece e resfria a fornalha.

Luz que vem de cima, dos lados, de baixo, de onde se enxerga...

Que leva e eleva ao topo, aos tapas, para onde um deus ou o diabo carrega.

André Anlub

(1/8/17)