Besta sadia

Se dou cores à loucura

Se vejo cura na doença

E ainda, se não vejo doença na loucura

O que diria a psiquiatria sobre este fato eloquente?

Pouco são os loucos que sabem sobre a loucura.

Sei sobre as sombras

Já me encontrei com algumas e dei cor a elas

E no pano de fundo dessas mais escuras

Há muita loucura.

Esta besta sadia

Que não é manicômio teatral

É a mais pura espiral

Que me leva ao princípio de ser...

Quem eu sou.

Mais que maluquice é essa?

Que me faz querer dançar nas incertezas

Me faz querer cantar para a tristeza

Que anomalia sadia

Voltar a ser criança no mundo que se perdeu

Que distúrbio sincero

Correr com os pés descalços no chão que se esqueceu.

Eu sei! Não passo de um facundo neste mundo tão normal.

E se dou cores à loucura

Sou irreal

Se vejo cura na doença

Sou radical

E ainda, se não vejo doença na loucura

Me acham civilmente incapaz.

Porque de louco basta eu.

Rafaela Romero
Enviado por Rafaela Romero em 13/03/2018
Reeditado em 13/03/2018
Código do texto: T6278438
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