Profano Tirano Rei

É a história de um sábio bêbado de suas funções,

Estava perdendo aos poucos certas noções,

Queria que não sangrasse com mais belas canções,

Até quando se envenenaria com suas próprias lições?

Caminhando e andando através do dia ensolarado,

Ele ouvia a si mesmo e falava que estava errado,

Segurava sua capa da ponta até aonde terminava,

Olhando para quem o seguia e murmurava,

Trupicava e lamuriava,

Rastejava como uma larva,

E quanto mais se aproximava,

Ele borbulhava,

Tudo que sentia era sua pele queimar friorento,

Queimando de raiva como um esposo ciumento,

O motivo, uma mesa empoeirada com uma caixa,

Ela era indesejável e não se encaixava,

Mesmo que a jogava ao ar,

Ei dê voltar,

O que que há?

Mais que imprestável,

Não havia valor notável,

Uma caixa descartável,

Mas que o destino fazia-se viável,

Qual é o sentido dessa afronta,

Faz frio e é a caixa que estou contra,

Suma, desapareçam com esse objeto amaldiçoado,

Por que a colecionadora o deixa de lado?

Pareço mais o enforcado,

Que o sábio pacificado,

Olhando novamente e a criatura lhe segue em dois pés, andando,

Seguia-o caminhando,

Sorrindo e cantarolando,

Não poderia a colecionadora dar um fim brando?

Estou orando,

Estou clamando,

Mas a criatura não está voltando,

Esta se aproximando,

Chego no meu refúgio e tive de respirar fundo,

Ar seco e rasgando profundo,

Não acredito que ele entrou no meu mundo,

Logo eu filho do submundo?

A criatura está mais quente,

Com menosprezo e sem cara de carente,

Minhas mãos gélidas, estou doente?

Estou lutando contra a minha mesmo de concorrente,.

Ela gargalha e fagulha dos olhos o prazer,

Esta se alimentando do meu ser,

Quer ser o que jamais irá ser,

Mas vai custar e vai doer,

É a sede de ceder,

Mas não deve acontecer

Tudo por causa da caixa que não se vai,

Eu chuto, rasgo e ela cai,

Mas parece que o destino a atrai,

Não sei até quando Pai,

Mas estou cedendo devagar,

É um sentimento que está a me esquentar,

Quente de pelo ouriçado,

Estou mais que raivoso, estou irado,

É esse sentimento que tenho me embebedado,

Agora se senta no trono do meu lar,

Esse reinado tem que acabar,

O passado tem que queimar,

Enterrar,

Incinerar

E nunca mais voltar,

Mas a colecionadora esta se divertindo com minha insanidade,

Parece que não me querem ver felizes de verdade,

Ou testando a minha bondade,

Minha boa vontade

De querer mudar dessa mentalidade,

Sofrer por uma caixa sem conteúdo que valem a pena,

Que pena,

Queria que fosse só mais uma noite serena,

Mas a Ira me condena,

É o receptor e a antena,

Que pena,

Não quis nunca ver a caixa que tanto aparece,

É a minha mais calorosa prece,

Anda logo e desaparece,

Jogo a do penhasco e ela desce,

Uma caixa cultivada por um ninguém,

Que já considera-se alguém,

Mas eles sempre voltam do além,

Tudo que digo é amém,

Antes de começar a me queimar,

De me deliciar

Da delícia do pecado do ódio que se alimenta,

Me transforma numa alma ciumenta,

A gente tenta,

Mas quero-A que me esquenta,

É um passado que a colecionadora não me deixa excluir,

Não quero ver, deixe ir,

Saia antes que eu vá me ruir,

Antes que a fúria venha me consumir,

Não adianta explicar, sempre vou me partir,

Olho novamente praquilo que invadiu meu governo,

Veste-se com linha e novelo,

Lobo em pele de Cordeiro,

Quem é o rei verdadeiro?

Está no trono como se fosse dono de reinar,

Mas eu vou te matar,

Não vai mais se alimentar,

Vou te destronar,

E a partir desse momento,

Desse belo juramento,

Desse amor ciumento,

Quero dizer que o passado me assombra

E sem sombra de dúvida,.

Superarei,

Vencerei,

Você não é meu rei,

E que eu te destronarei,

Eu sei,

Não adianta me abraçar nem fincar seus dedos calorosos,

Pois já tenho laços amorosos,

Você não é dos nossos,

Não adianta dizer que me ama mais,

Não te quero jamais,

Já te deixei para trás,

Não volte nunca mais,

Entenda esses sinais,

Não quero essa falsa felicidade,

Só para que se alimente desse covarde,

Isso é fraude,

Antes que eu te mate,

Não quero mais odiar,

Mas essa caixa me faz querer queimar,

Vou te deixar,

A Ira não vai mais me contaminar,

A vida vai cobrar,

E eu vou contar,

Que só há espaço para amar,

Mesmo que a caixa venha retornar,

De mim não vai ela tomar.

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 25/12/2018
Código do texto: T6535281
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