Praça Sem Flores

Ele entrou na praça sem flores

E escorregou num brinquedo

Imaginário, que o levou

A um lugar de horrores,

Onde gritos e gargalhadas

Se misturavam

Feito corpos

Mutilados de guerra.

Ele chorou lágrimas dos santos,

dos mártires de um tempo difícil,

Onde as cadeias

Eram buracos sombrios,

Tão gélidos,

Que faziam arrepiar os humanos.

Ele foi força e fraqueza,

Alegria e tristeza,

Ele foi tudo o que se pode imaginar.

Ele entrou na praça sem flores

E se perdeu no labirinto da vida.

Depois disso, dele ninguém

Ouviu mais falar.

Gláucia Ribeiro (27.09.2007)