Amor
Rasga
a derme pálida e profana,
d'onde brota o sangue
como rosas imundas,
que belo jardim dilacerado!
Corta
a carne podre e humana
ouve o grito?
ouve a musica que jorra da artéria exposta,
qual sinfonia, qual orquestra
seria mais infernal e doentia?
e qual delas, afinal, seria a mais bela?
Máculas,
profundas máculas pestilentas,
infecta ferida no peito aberto e desnudo.
E sangra, crua
não procure a lâmina
é apenas amor.