Indra

IV Indra

A tempestade vem e chega novamente.

Senti tua falta, ó irmã algazarrenta!

Tu vens de novo a me trazer esta tormenta,

és a demência que me assola de repente.

Ó tempestade que aparece de relance,

és a pioneira daquela arte de matar

bem lentamente, és veneno e manjar.

És armadilha que nem foge ao meu alcance.

Depois de algumas horas, vem a calmaria.

E o sentimento de que alguém brinca com a gente...

Como um boneco de vodu cuja dor sente,

de pouco em pouco, em uma lenta bruxaria.

Foste embora e me deixaste desamparado.

Aquela dor é só resquício neste agora.

Se te visitar for possível, onde moras?

Será tua casa, este mundo desolado?