+O medo+ (experimental Quintanilha)

+O medo+

De repente, o pavor mais incontido...

Qual, se deflagra estático na retina

O ventre frio, na cabeça adrenalina...

Paralisado, o horror que lhe alucina

Num grito estridente... ensandecido...

Fica estampado o gesto horripilante

Do desespero, em todo o seu alarde,

Desfigurando além, o seu semblante

Braço preso, perna solta, pé travado...

Passos tíbios num andar sem direção

Toda angústia, no tremor da sua mão...

Descompassado a bater seu coração

Ofegante, lhe falta o ar, desesperado...

Não obstante, medo, é infame agonia

E não distingue do valente, o covarde

Você ainda não teve medo algum dia?

Juninho Correia, 26/04/2022

Dedico este opúsculo aos poetas do

Recanto, Lulli e DonFiusa, criadores

da categoria chamada "Quintanilha"