Vai-vem.

Sempre sem pé nem cabeça

cabe que eu te mereça?

Meu ressarcimento pelo aumento do tormento:

tomei o meu assento.

Lamento!

Não abro nem ao trem

que vem lá do outro lado,

do outro estado,

trazendo o verso errado.

Um fado de Lisboa soa, “ai, quero teu garbo”.

Quero teu afago e não abro a ninguém.

Encolho os ombros e digo, “tudo bem”.

Deito de frente, ou de lado, conforme te convém.

E vem tu que me deleitas, deita!

Dei a ti, porém, meus tantos e tantos anos vindouros.

Vinde, ouro reluzente!

Vinde, ente! Querendo-te, hein!

Um clássico lado a lado no vai-e-vem.

Vai.

Vem.

Vai.

Vem.

(“Ai, quero o teu garbo”).

Dou-te meu garbo!

Vai.

Vem.

("Ah, que lindo fado").

Ah, como te falo!

Vai.

Vem.

Vai.

Vem.

("Ah, meu bem!").

Não abro nem ao trem!

Vai.

FOI!.

Fui.... Ah. Enfim, marasmo.

Fui bem?

("Ah!").

E ainda temos tanto tempo...

Em tempo: Um abraço ao inspirador Marcus Vinícius Placido dos Santos (não sei o seu epíteto aqui. depois que trocou). Admiro teu talento, amigo, como de tantos aqui. Esse se inspira, um pouquinho, em alguma coisa escrita por você. Espero mesmo que tu e alguém mais entenda.