Observador

Seco.

O éco do peito

cansado de rajar tristezas em abundância

Abandonado

sem consciência

É turvo.

O olhar depois do choro

pesado demais por carregar oceanos

de paixões

Má compreendidas por um tolo

É facil reprimir

As vontades e oportunidades

dentro de um peito tão apertado

Castigado pelo tempo

Torturado pelos carrascos arrivistas

Eles chegam primeiro

Te empurram pra onde a fila é maior

Castram o ânimo dos caminhos

E você se enfia no primeiro buraco que couber

As coisas, tudo ao redor parece tirar o fôlego

Sentar no banco da estação , esperar o inverno congelar as memórias

Ouvir as botas e saltos versejando a cada taco de chão

Sua loucura é a minha rotina

Mas em silêncio meu grito é bem mais alto

que tudo isso

Sou antagônico ao moderno

Caio bem junto a cariz cinza

Blusa de lã

Bota gasta pelas andanças

Rancores a perder-se em horas contadas

Olhares de fora não me enxergam

Nem os pombos batem suas azas

Cabe tanta besteira num só pensamento

Faz tanto frio pra quem esta no relento

Mais fede a sociedade no momento

Que o mendigo fedendo

Nesse chão de cimento

Robert Ramos
Enviado por Robert Ramos em 01/09/2022
Código do texto: T7596334
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