Ébrio de sonho
Já nasce o poeta perene, eterno,
Levita sua alma e o faz imortal.
Quer o paraíso, vive no inferno
Que prende a sua mente até o final.
Artista da alma, empunha o cinzel,
Esculpe uma rima e planta uma flor
E colhe seus versos raros no céu,
Declama as estrelas, busca o amor.
Mas ninguém o vê, tampouco supõe
Qu’escreve tão só na lápide fria.
Vomita sua fé, mendiga ilusões,
Tão ébrio de sonho e de poesia.