Silêncios e matizes

Sem ti, meus dias tristes são lilases,

sempre à espera daquilo que nunca dizes

do tanto que de ti anseio e nunca fazes

do teu olhar pintado de silêncios e matizes.

Lá longe mal te vejo mas ainda ouço

o som dos poemas que te compus

sinto um aperto, uma corda no pescoço,

como se fosse um Sol em contra luz.

Há nos campos flores brancas e amarelas

de toda a parte oiço a voz das ventanias

há gente espreitando p'las janelas

encostada à sombra dos seus dias.

E o vento traz o eco do teu nome

um estranho odor de oliveira e de mel

mas hoje, de ti, ainda tenho fome

louco que sempre fui p'la tua pele.

Ricardo Maria Louro
Enviado por Ricardo Maria Louro em 15/04/2024
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