SINAL FECHADO

Ontem te procurei no mesmo lugar

Pedestres apressados que não me notaram

Vaguei lentamente na esperança de um atraso

Revisei os quadrantes até onde pude alcançar

Subi ao décimo andar sem usar o elevador

Ansiedade, ofegante, censurando.

Pensamentos obtusos, confusos, maldosos

Pela vidraça observei a rua. Farol fechado

Trânsito parado, buzinas, sons, ruídos

Relógio marca a hora num vai e vem dos sinos da matriz

Súbita vontade de pular, décimo andar

Crucifixo na parede, sinal da cruz

Loucura que persegue

Como um mal que dilacera

Whiski sem gelo rasgando a garganta

O som da campainha acalenta a alma dilacerada

Porta aberta, abraço apertado, falta a voz

Uma lágrima denuncia a incerteza,

Mas restaura a equilíbrio ausente.

Josa Pinheiro
Enviado por Josa Pinheiro em 20/01/2008
Reeditado em 04/08/2008
Código do texto: T825059
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