Labaredas
Labaredas
Sávio Assad
Sou labaredas consumindo seu corpo nu,
de tanto amor e tesão, arrancando seu sossego
e dilacerando suas carnes em chamas.
Sou o fim de um precipício, que se quebrou
em pedaços mil, possuindo seus pensamentos
e saboreando seus carinhos suavemente.
Sou teu pensamento libidinoso e perverso,
traindo seus princípios nos rodamoinhos do tempo,
apreciando seus temores endiabrados.
Sou o eco de seus movimentos, arrancados
do chão onde pisas e pisoteado por injúrias
perpétuas, retirada do fundo de sua alma.
Niterói - RJ - 29/01/2008