Um dia normal onde nada parece vital
Lobos,
atirados em casacos coloridos cheios de bolsos,
zombam da minha existência.
São predadores obscuros
procurando novas respostas ocultas na minha mente.
Eu visto o meu melhor e mais brilhante sorriso
enquanto pego teus olhos nos meus.
Um dia normal onde nada parece vital.
A presa inquieta pensa na vida abstrata e confusa pedindo,
ao tal inominável,
uma possível cura para a sua amargura.
Que tola carcassa eu sou
que nem planejo meu próprio despejo de mim mesma.
Devia acabar logo com essa tristeza.
Os lobos famintos de poder e fama,
glória e grana,
saltam sua presas afiadas em meu pescoço...
Que desgosto...
Me vejo erguida,
mãos na cintura,
ainda trajando minha pele.
Ao meu lado escorre o sangue morno pela calçada,
contornando as minhas pegadas.
És tu ali atirada.