Tragicômico Legado

Monstros...

Monstruosidades...

Emanações macabras...

Desejos, vontades...

A virulência das minhas palavras...

Cravadas no verso incandecente...

Nas extravagâncias impulsivas...

Relatadas no verso-vil intransigente...

Preciso encontrar as chaves...

Ante as muralhas do meu pensamento...

Portões de ferro; intransponíveis...

Um mal que assola meu sentimento...

Alguns poucos sabem das minhas vontades...

Outros poucos sabem quem realmente sou...

Lorde negro incauto, imprudente, imponente...

Lorde macabro, perseguidor do que me restou...

Herdeiro de uma doença incurável...

Senhor de um tempo irrecuperável...

Mas há o combate a ser travado...

Nas hordas de Fraus tantos eus na batalha...

Enquanto em Morius eu busco meu legado...

E em Aghanael eu ardo em chamas na mortalha...

Resta-me pouco a dizer para tantos dias contados...

Resta-me tanto para ser em tempos tão passados...

Quisera eu acordar deste pesadelo cruel...

Quisera eu crer que existe algo lá no céu...

Sou reação absurda ao instante da realidade...

Sóbrio no sangue escrito no papel...

Enquanto caminho soizinho para qualquer lugar...

Senhor pueril de anjos e demônios da minha mente-bordel...

Ah, como eu quero poder acreditar novamente...

E para este esforço épico tenho me preparado...

Pois sei que a guerra à frente é a luta de um doente...

E tudo que sou e faço é o meu tragicômico legado.