Arrebatamento
Quero viver um minuto do sonho
e guardá-lo dentro de mim
na ânsia maluca
de tê-lo num sentimento estranho
em meio ao jardim.
Sem culpa,
sem dor...
num calor que me consome
e faz nascer a esperança
numa noite assim.
Sou infante, sou criança...
depois de uma noite insone
quero descerrar o véu,
quero ouvir o menestrel
em serenata,
não ao luar,
mas, todinha pra mim...
uma cantilena romântica
de quem sabe amar
sob um céu carmim.
Quero no fragor do arrebol
viver intensamente,
amar loucamente
como nunca amei...
sob o sol moribundo
numa entrega final,
num abraço carnal,
num exalar profundo,
numa entrega inocente
fim de nossa vertente!
É uma paixão muito louca
que me faz sucumbir
e some
na voz rouca
na primavera a florir
no sonho
do meu apelo
na fantasia
na poesia
do meu pesadelo.
Despertei!