Mar do Esquecimento

Ó, homem tolo e vil!

Que em vão se gaba de caminhar sobre a terra!

E não imagina num só instante,

Por mais que se lhes desse mil,

Que um dia has de estar sob ela!

E como as cinzas das brasas do fogo que hoje te aquece

Serás, e cessará num só segundo

A beleza de tua diminuta prece!

De que te vale, então

Tanta correria e beleza

Se por fim todo o teu trabalho e destreza

Se mutará em esforço vão?

Pois no lugar para onde os mortos vão

Todos os esforços em vida

Mergulhados no mar do esquecimento estão!

Raphael Sales
Enviado por Raphael Sales em 28/01/2016
Código do texto: T5525968
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