Muros
Como é difícil,
chegar em teus portões entrincheirados
de flores douradas...Aço inoxidável.
Teus muros lavados em sangue, sem cor
Como visão de Sartre!
Adentrar em tua porta,
de tapete carcomido de passos doentes e febris.
Caminho de cacos...Pregos.
Trazendo nas mãos,
pés lavados, puros.
Tuas escadas, íngremes...
Lisas...Nuas,
lodo de meus pecados!
Neste teu leito estranho
profano,largo...Cru,
deito-me.
De olhos cravados em teu peito,
perpasso nosso duo...alforrio-te
de dentes cerrados!