O romper da vida

Nossa vida é tão frágil

Como um fio tênue que se rompe

Como uma vela acesa na tempestade

Uma simples brisa pode apagá-la

Um pequeno esforço pode rompê-lo

E não há mãos suficientes que consigam segurar a vida no corpo

Não há preces, orações, lágrimas ou prantos

Que impeçam esse folego de escapar

Muito pior que isso...é vê-la escorrer entre nossos dedos

Como tentar estancar uma hemorragia com um lenço de papel

Vê-la lentamente sair do corpo

Dos pés e mãos...subindo pelas coxas e braços

Até chegar ao coração...e então...silêncio!

O que vem depois?

Será que a pessoa amada ainda ouve por alguns instantes o desespero da família?

Ou simplesmente segue inebriada pela luz

Será que ela toca o chão do caminho para a vida eterna

Ou é carregada pelo amor daqueles que ficaram para trás?

A vida assim tão frágil e delicada

É ao mesmo tempo incrível, intensa e estupidamente curta

Em um segundo há luz nos olhos

No outro apenas o vazio da morte

Em um instante um coração pulsante só falta arrebentar o peito

No outro é apenas um instrumento sem música

Quisera eu ter conseguido puxar os fios invisíveis da vida de volta para teu corpo

Quisera eu ter lutado ferozmente contra o anjo que docemente te chamava a subir

Quisera eu ter conhecido os mistérios das coisas desse mundo ...

Quisera eu fosse mais forte e não chorasse mais quando o fim chegasse

Quisera eu...ser capaz de algo além destas palavras!!!