INTERVALO (para Manuca Almeida)

A vida é pingo de luz

luzindo em noite pagã,

é vaga-lume e se esvai

diante da luz da manhã.

Viver é cumprimentar,

dizer "bom dia" e partir;

é tão finito o caminhar,

quanto infinito o existir;

viver é dependurar

momentos bons num varal,

vê-los ao vento, cantar

contos de doce e de sal;

É cromatismo chinfrim

e toda nota vai passar;

num certo intervalo, enfim,

a nota há de repousar.

A vida há de repousar...

Cassio Calazans
Enviado por Cassio Calazans em 13/11/2017
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