Sopro

Sinto o sopro quente da vida entrar

nestes pulmões abertos à espera do ar

que serpenteia e perpassa toda uma existência

já cansada de sonhar. Morta por dentro,

por fora a vagar entre desertos de almíscar.

E um abraço gelado se faz compreender,

mistura no inconsciente de dor e prazer,

que envolve e vela toda esta outrora essência

já esquecida de ser. Tão vazia por dentro,

perdida entre bússolas de estrelas mortas pelo tempo.

E morna ainda a alma tenta em prosseguir

por caminhos já percorridos, rastros de um elixir

que se dissolve e foge de toda e qualquer vivência

já deixada de existir. Nada resiliente por fora,

se ilude ao pensar que é mártir nas guerras do agora.

Dan Niel
Enviado por Dan Niel em 15/07/2018
Código do texto: T6390530
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