Desprovido

O espelho deixou de dizer,

O que maratonou já não corre mais,

A mente esvazia e cria

Um monstro sem o conforto da paz.

A falta de cor incrimina,

O demônio interior fortalece,

A ânsia pela ação contamina

Enquanto tudo ao redor enriquece.

O olhar distancia

vagarosamente,

O ignoto assovia

ardilosamente.

A fossa se expande

Imergindo quem há de crer

Que no negrume é onde

Escapa-se do sofrer.

Ao passo que afunda

O grito esvanece,

A alma moribunda

Ninguém mais conhece.