Galeano no silêncio do templo

A capela está vazia.

Todos gritam lá fora.

Ninguém ouve. 

No silêncio absurdo 

Os ruídos na madeira antiga

Mostram rastros do profano

A pisotear as veredas do tempo. 

Já não há sentimento. Há pressa.

E o que de fato interessa

Não está em templo algum

Mas nos muros molhados.

Veja, a morte vem mesmo para quem delira. 

Qual vai ser a chance do amanhã

Se acaso tudo pairar numa sórdida dor 

Que consumida pelo pecado 

É vista por atordoados

Como alegria vã? 

Veja, se até um galeano se arrepende

Há pouco de sua morte

Não há utopia que se estende

Quando trata de própria sorte.

Ah,  pode ser que existam sujeitos 

Aqueles que insistem em ser antigos

E talvez esses versos condoídos

Façam algum sentido. 

Jéssica Orth
Enviado por Jéssica Orth em 29/03/2020
Código do texto: T6900815
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.