PRISIONEIRO;
Vitalidade escapatória, que se esvai.
Para onde?
Não se sabe dizer...
A única certeza é que o corpo está preso,
cativo da dor inerente ao ser humano,
pela maldição imposta à humanidade
por seus pecados odiosos, infames.
Desfalece, um dia após o outro.
Está afogado, asfixiado em águas densas,
ondas turvas e incessantes.
O vigor e paixão foram-se embora.
Sonhos?
Aniquilados, antes mesmo de terem a chance
de serem concebidos.
Não há sonhos, apenas pesadelos, e uma
coleção infindável de fantasias fúnebres onde é o protagonista.
Cenários que alimentam o desejo de morte,
fazendo as entranhas se contorcerem em ânsia,
vômito, ao perceber angustiante que ainda é
prisioneiro desta vida.