O Sonho Maior
Há quem sonhe, na vida, com venturas e benesses,
Família, fortuna, sucesso, amor sem limites,
A ausência absoluta de quaisquer dias tristes
Mesmo vivendo em um mundo inundado de estresses
No passado, tal número já foi integrado por mim
Posto que, da existência, os acerbos horrores
Nos levam a sonhar com lenitivo para as dores
Que nos perseguem a diário, sem trégua e sem fim
O tempo, esse assassino implacável de ilusões
Tratou de trancafiar em miríades de caixões
O que um dia ousou sobrar desse anseio alucinatório
Hoje sonho em deitar-me para sempre no esquife
Onde o meu corpo inanimado, por fim, se espatife
Para alimentar os vermes, ou as chamas do crematório