No Fio da Navalha

Sangue escorre pelo chão da sua casa

saem por todos os lados do seu corpo

Sua cabeça está prestes a explodir

sobre sua consciência assassinada

pela sua bala perdida encontrada

dentro da cegueira do seu olho esquerdo

(Pois quem atira pro céu, na cara lhe cai)

Seus dedos estão mutilados um a um

pelas sobras das suas mãos

que roubam o bem que lhe fizeram

deixando os resquícios da sua ingratidão

(Pois a ação e reação também possuem mãos)

Seu pescoço está degolado pelo fio da navalha

atravessado na sua garganta destruída

pelas suas mentiras dilaceradas

tecidas nas teias de sua dissimulação

(Pois com o tempo as máscaras caem)

Sua língua está arrancada pela força

das suas sombras negras da maldição

pelas pragas que sua voz profetizou

nas palavras que o vento levou

(Pois não há freio que segure uma língua sem osso)

Seu coração está saindo pelo peito

prestes a matar a sua dor visceral

Em segundos, pede pra morrer:

-Tire-me a vida agora!

-Não suporto mais essa dor!

Mas, arraste-se... Mas, ajoelhe-se...

Humilhe-se para a morte

Porque, talvez, nem ela queira você!

Helen De Rose
Enviado por Helen De Rose em 15/08/2023
Código do texto: T7862280
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