Lar doce lar

Uma fachada com escrita em metal te convida para entrar

Um caminho de terra te acompanha até a porta

Flores murchas decoram a entrada

As paredes feitas de mármore

Acinzentadas e corroídas pelo tempo

Decoradas apenas por uma foto do meu rosto e uma frase em metal: "Como Azevedo, fui poeta, amei e sonhei."

O interior é simples

Sem paredes, nem divisórias

A porta te leva direto à cozinha: a hegemonia da vida

O cômodo principal, onde os vermes se alimentam

Não tenho sala de estar, pois já não estou

O banheiro é dispensável, sou o único dejeto desta casa

O quarto é o único cômodo mobiliado

Apenas uma cama: esse caixote de madeira acolchoado onde repouso

Deitado com as mãos sobre o peito

Então, Azevedo

O poeta se foi

Seu amor, também

Sonhava com a felicidade

E agora está aqui e sempre estará: em seu lar

Lyze
Enviado por Lyze em 24/11/2023
Código do texto: T7939116
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