Lar doce lar
Uma fachada com escrita em metal te convida para entrar
Um caminho de terra te acompanha até a porta
Flores murchas decoram a entrada
As paredes feitas de mármore
Acinzentadas e corroídas pelo tempo
Decoradas apenas por uma foto do meu rosto e uma frase em metal: "Como Azevedo, fui poeta, amei e sonhei."
O interior é simples
Sem paredes, nem divisórias
A porta te leva direto à cozinha: a hegemonia da vida
O cômodo principal, onde os vermes se alimentam
Não tenho sala de estar, pois já não estou
O banheiro é dispensável, sou o único dejeto desta casa
O quarto é o único cômodo mobiliado
Apenas uma cama: esse caixote de madeira acolchoado onde repouso
Deitado com as mãos sobre o peito
Então, Azevedo
O poeta se foi
Seu amor, também
Sonhava com a felicidade
E agora está aqui e sempre estará: em seu lar