somente uma porta

Morre cedo

Quem muito fala

Quem pouco sente

Quem sempre guarda

Morre aos poucos

Quem se apavora

Quem vê e não chora

Quem sabe dizer, mas não conta uma história

Morre lento

Quem muito demora

Quem aos poucos não se recorda

Quem sente que é chegada a hora

E quem nunca morre?

É o passar da memória

É o momento do agora

É a conquista da alma

Aos poucos se perdem

Aos poucos nunca se olham

O que nos mantém vivo

É o relógio, é o sino

É a doce lembrança

É a vida uma balança

Que se equaliza na morte

No instante da hora

No momento presente

Encontrei a resposta

É o sussurro do vento

É o beijo das seis horas.

Ao entender que de onde venho ela é somente uma porta.

iaGovinda
Enviado por iaGovinda em 25/01/2024
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