Minha Morte
A minha morte veio
Vagarosa, lenta, quase parada.
A chamava de solidão.
Ela chegou quando
Eu pedi perdão,
Quando aceitei que
Nunca seria um nó.
A minha morte surgiu
Num momento febril,
Em que palavras coagulavam
E não saíam da garganta.
Assim, se fez presente
Durante um longo momento
Quando fugi.
Morrer
É meu reflexo,
Minha covardia,
Minha válvula de escape.
Por isso que
Ninguém entende
Quantos suicídios
Já cometi.
A minha morte
De um grande desaforo
Não passa,
Pois, morrer é meu aviso
De que eu
Não aguento mais
Ser eu.