Jack Estripador
Sou homem frio
Gélido de natureza desapaixonada
Residente discreto e despercebido
Entre milhões de pessoas desconhecidas
Numa Londres repleta de gente indigente
Onde mendigos e meretrizes
São espalhados a cada esquina
Cada rua desta capital monárquica
Enquanto a rainha Vitoria
É chamada a "Mãe da Grã-Bretanha"
Enquanto os súditos clamam
O trecho do hino real
"Deus proteja a rainha"
Meu cérebro elabora planos mirabolantes
A ceifar vida de meretrizes malditas
Tenho disposição de caminhar nos bairros
Paupérrimos de End West
Apenas a satisfazer a justiça
De expor as consequências pecaminosas
Destas mulheres
Que não passam de transmissoras
Das doenças venéreas aos homens infiéis
Quais sem pensar
Contaminar as próprias esposas
Inocentes das atitudes inconsequentes
Destes maridos canalhas
Quatro vadias já executei nos casebres
E ruas vazias de testemunhas
Sob o olhar vigilante
Da escura e macabra noite
E com o punhal com lâmina afiada
Fiz cortes afiados nas barrigas
Para apenas remover os órgãos
A demonstrar quanto a luxúria
É a podridão nefasta a contaminar
A pureza humana
Meus vizinhos mal sabem quem sou
Todos me vêm
Somente um pai bondoso e exemplar
Excelente marido e maravilhoso
Chefe de modelo britânico
Sou o médico eficiente na minha arte
De tratar os enfermos
Mas a noite quando sou livre
Das ocupações familiares e profissionais
Planejo cometer demasiados ataques
A mulheres de imunda vida
A polícia mal desconfia de mim
Pois quem suspeitaria de cidadão exemplar?
Não tolero ver meretrizes
Mulheres de pecado nocivo
Qual carrega o peso da queda do Eden
Elas oferecem aos homens
O figo seco e apodrecido
Contaminando os clientes
Com a morte espiritual
Quanto a mim
Resta lança esses frutos apodrecidos
Na fornalha infernal chamada morte.
Resta outra a sofrer punição
De não terem sido fiel
A proteger sua castidade
Perante a pressão dos demônios
Portadores da perversão luxuriante