Meu bom velhinho

lembro do seu rosto moreno

calculando impossibilidades

quando lhe pedi uma bicicleta,no Natal

Justificou alguma coisa sobre os Noeis do mundo,

já tão comprometidos com tantos pedidos.

Mas eu não sabia estar pedindo a ele,

acreditava no doce sonho do natal.

à noite,fingindo dormir,vi seu vulto esguio

pulando minha janela.

Não sei como se organizou,

com o pedido emprevisto.

Mas,pela manhã,escorada graciosamente à minha porta,

estava uma bicicleta vermelha.

O segrêdo foi mantido,

e a verdade também:

nunca existiu um Homem tão generoso na minha vida,

talvez a mais encantada das minhas ficções.

Sonia Aimée Laupman
Enviado por Sonia Aimée Laupman em 08/12/2008
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