DESEJOS NATALINOS
Serão tão fortes os nossos desejos,
serão tão solenes as nossas preces,
será tão grande a união
em torno de anseios comuns,
que encontraremos o caminho
que nos levará novamente à tranqüilidade.
E olharemos para este nosso chão
com orgulho e admiração.
Haverá a almejada paz
o pão sobre a mesa
sem que seja necessário estender a mão,
um céu cheio de estrelas visíveis
bem longe da poluição,
o abraço terno
entre pais e filhos,
a família estruturada,
as leis cumpridas,
as escolas preparadas,
obrigações divididas.
Haverá o poder verdadeiro
emanado do povo, pelo povo e para o povo,
delegado aos poderosos
que não precisarão "negociar" para agir,
que não precisarão pagar para "estar",
que não precisarão iludir para "ser".
Aí, então,
não haverá o brado para se conseguir,
não haverá sangue
para provar necessidades,
não haverá orgulho
que impeça o pedido de perdão,
não haverá preço nem delação,
e a verdade não exigirá confrontação.
Comecemos pelo Natal.
Não é preciso que Cristo nasça novamente
e nem padeça novas dores.
Basta que Ele renasça
na manjedoura de nossos corações.
Que nossos ouvidos não sejam surdos
e que nossas atitudes,
inspiradas em seus ensinamentos,
sejam despidas de preconceitos e vaidades.
Quem sabe assim, no próximo Natal,
estas minhas palavras
possam estar inundadas de ternura e amor
e, em vez de pedir,
possamos, entre sorrisos,
apenas louvar e agradecer.
São Paulo, 26/11/2005
14:50 horas