O RIO TIETÊ - por W.R.S.

Poema inspirado por WILSON ROBERTO DA SILVA, (SP) que me foi oferecido de presente no ano de 1998, por ocasião de uma viagem que fiz ao Rio de Janeiro. Como se trata de um artigo sobre a natureza venho publicar aqui.

01 "Amigo meu Tietê;

Rio forte, turbulento,

Que em muitos momentos,

Suas margens abraçou,

Quem perto de ti morou!

02-Carregastes, ó bom rio

Boas novas e lembranças,

Nas águas limpas e serenas,

Porém hoje és apenas,

Algo para desprezar!

03-Com suas margens vazias,

Ninguém te poluía;

A vida era melhor;

Mas vindo a ti teus visinhos

Fizeram de tuas água

Um lugar de lamentar

04-Olhando pra ti agora,

Nem o curso tens de outrora!

Fizeram em ti um canal!

Ainda não entenderam

Que é grande teu valor,

05-Muita gente importante

Em tuas águas cortantes,

Mataram a sede e a dor!

06-Amigo meu, Tietê,

Lutam para te fazer,

Como quando foi criado,

Porém estás desprezado!

07-És como virgem perdida,

Que sem entender a vida,

Já sofre com grande dor,

08-Mas tuas curvas sinuosas,

Carregam com emoção,

História de um sertão

Que nos faz compreender,

Quão grande és, Tietê!

09-Tua grandeza, meu rio,

Não pode assim acabar,

Há de chegar a hora,

De tudo isso mudar!

10-Dizem que nesse milênio,

Pretendem em ti fazer,

Como fizeram em Tenesse!

11-Corre Rio mata adentro;

Mesmo com o curso alterado

Porém nunca esquecerei,

Que um dia no passado,

Muitos corpos desnudados,

Puderam em ti nadar!

12-Saibas ó Tietê,

Que muita gente tentou,

Mas nada se conseguiu.

Faltou colaboração,

De gente sem coração!

13-No ano de vinte e quatro

Um grade homem menino,

Chamado de Saturnino,

Quase, quase conseguiu

14-Mudar sua triste história

E levar-te para a glória,

Que muitos rios já possuem

15-Em seu projeto aplicado,

Com linhas e com traçados,

Ele queria fazer-te parecido

Com o Danúbio e o Nilo

E ao Reno também!

16-O Berlim e o Mississipi,

Rios como nenhum,

Quer grandes ou pequenos

com valores culturais,

E suas belezas naturais;

17- Nós queremos ó Tietê

Apenas te dar,

Sem tirar nem aumentar,

*Teu valor a transbordar!

18-Tietê que outrora fostes,

Um comprido lago piscoso;

Quisera em ti nadar,

19-Em tuas águas contínuas:

Ora corres ou represas,

Mas guardas em ti riquezas,

Para os sábios apanhar!

20-Hoje como um lamento,

Te faço esta homenagem,

Lembrando que sempre fostes,

Portador de boas novas,

Que a mãe natureza enviou!

21- Foram as sementes,

Que enriqueceu São Paulo,

Estado que tu cruzastes,

E nunca nada negastes,

Do que nas mãos possuías.

22 Se pudesses nos contar,

Nas águas líquidas e ruidosas,

Usando modesta prosa,

A quem contigo está,

Com certeza nos estremecerias!

23-Falar do que ocorreu,

Seriam ricas histórias,

Do tempo de sua glória,

OH! QUERIDO TIETÊ...

Por: Wilson Roberto Silva - novembro de 1998

Transcrito na íntegra, por Luzirmil em 04/07/2011