triângulo natural do amor
O surfista aposta que o vento e o mar, labutam a preparar,
sua louca cavalgada; que nada!
É parte de um romance que vara eras, promessas e esperas,
brisa e ondas, cor e aroma, cabos e enseadas…
O vento sabe onde o mar tem lírios, arranca – os, pois,
e lança seus buquês, no colo rude das rochas;
que confusas, olham o vento e o mar, como a perguntar;
por quais mãos, os lírios desabrocham?
Alados planam, alheios ao idílio,
aos suspiros, esperanças e mágoas;
na brisa, o toque macio, as pedras porto seguro,
e o pão, na dança das águas…
Um ancião, exposto ao inverno e sua lança,
Pois, sua cansada alma, já o vive, em figura;
de mãos com o tempo, larga coexistência
experiência, fonte que ninguém procura.
O jovem, a fazer e acontecer, nem incapaz de ler,
as asperezas que virão amanhã;
aos instintos a porção de cada dia, alheio
à sabedoria, sob o disfarce das cãs…
O triângulo prossegue, o vento fazendo ondas,
a rocha enciumada, o mar acariciando ela;
o ciclo segurando a vida, a vida segurando o velho,
e o jovem sobre a prancha, segurando vela…