triângulo natural do amor

O surfista aposta que o vento e o mar, labutam a preparar,

sua louca cavalgada; que nada!

É parte de um romance que vara eras, promessas e esperas,

brisa e ondas, cor e aroma, cabos e enseadas…

O vento sabe onde o mar tem lírios, arranca – os, pois,

e lança seus buquês, no colo rude das rochas;

que confusas, olham o vento e o mar, como a perguntar;

por quais mãos, os lírios desabrocham?

Alados planam, alheios ao idílio,

aos suspiros, esperanças e mágoas;

na brisa, o toque macio, as pedras porto seguro,

e o pão, na dança das águas…

Um ancião, exposto ao inverno e sua lança,

Pois, sua cansada alma, já o vive, em figura;

de mãos com o tempo, larga coexistência

experiência, fonte que ninguém procura.

O jovem, a fazer e acontecer, nem incapaz de ler,

as asperezas que virão amanhã;

aos instintos a porção de cada dia, alheio

à sabedoria, sob o disfarce das cãs…

O triângulo prossegue, o vento fazendo ondas,

a rocha enciumada, o mar acariciando ela;

o ciclo segurando a vida, a vida segurando o velho,

e o jovem sobre a prancha, segurando vela…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 15/09/2011
Código do texto: T3220688
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.