A Bela Rosa

E aquela flor ao longe

Cintilava tão intensamente

Que imensa paz

Trouxe ao mundo tão clemente

A Bela Rosa

Cercada das mais diversas cores

Em uma colina distante

Repleta das mais belas flores

Vivia uma rosa extravagante

Dotada de uma extrema beleza

Sendo seu interior mais lindo enfim

Eis que ouvia toda a destreza

Da inveja das flores do jardim

Azaléias metidas

Viviam a caçoar

Criticavam, fingidas

Elas- diziam- deveriam ser de invejar

E vinham logo as tulipas

Com seus ornamentos azuis

A chatear com suas ripas

Dizendo ao jardim fazer jus

E as pequenas violetas

Tingiam-se de nobres amigas

E por trás mostravam-se as facetas

somente a buscar intriga

Até as simpáticas margaridas

Com suas pétalas na alva cor

Do cravar de feridas

Não viam a hora de sentir o sabor

Nem nas flores do campo

Podia-se confiar

Estas, ao retirar o manto,

Viviam a caluniar

Um dia, um jovem andante

Ansioso por a mada presentear

Pegou a flor radiante

Tirou-a de seu lugar

Riram-se as outras flores

Somente a debochar

Imaginavam horrores

Do rumo que a Rosa iria tomar

Mas a nobre Rosa

Não deixou-se afetar

Pois conheceria- do amor- a prosa

Até sua última pétala secar

...E assim viveu a Rosa,

Radiante até o âmago do orvalho

Cair sobre a última de suas pétalas...

Milla Justine
Enviado por Milla Justine em 29/01/2012
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