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Olhei para o céu, vi o azul forte
Repleto de calor, derretendo-nos
O sol se faz sentir chato, ofuscante
Olhei para o pequeno jardim sedento
Todos os poros se abriram e suava
Como se meu corpo fosse um rio
Apressado em direção ao mar
As flores estavam secas, tão tristes,
A sede estava as matando, o perfume
Foi embora e terra estava ressequida
Vi o olhar triste dos meus animais
Eles sabiam o que a natureza sofria
Olhei de novo para o céu, não tinha aves
Estavam cansadas e morrendo de sede
Gritos sonoros rasgaram o ar naquele
Céu ardendo em silêncio era os abrutes
Pretos, feios, desafiadores e bem prontos
Para começar sua carnificina, seu mangar
Voando em círculos, festejando a morte
Todo o meu Ser arrepiou-se, poderia ser eu
Vi o poder da morte ali, gratuitamente
De repente uma brisa fresca me acaricia
Agradável, fazendo-me sentir muito viva
Naqueles pensamentos as nuvens vieram
Fazendo o meu céu ficar negro, assustador
Pequenas gotas já caiam no meu rosto
Nunca pensei ser tão agradecida a chuva
Mas teve uma gotinha especial que caiu
No botão de rosa, que se mexeu agradecido
Fazendo-a abrisse lentamente, como uma prece
Feita em silêncio, no silêncio por ela agradecido.
Betimartins
Enviado por Betimartins em 09/02/2012
Código do texto: T3488663
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