POETIFICA-ME AMAZÔNIA!!!!!!!
Nos rios de água doce mergulhei e saboreei a tua clorofila
Adormeci na margem de um riacho sob a luz do sol febricitante
Em sonho pressenti a fotossíntese na pele ressecada.
Próximo a mim, imerso nas águas,
senti o calor da “sirena amazônica”,
Traduzidos na leveza do canto poético dos botos cor-de-rosa,
Envolvidos num ambiente sereno e acolhedor.
E cai a noite sublime!!!
Aquela brisa orvalhosa do luar que seu “corpo verdejante” teimava em exalar...
Deleitava os meus ouvidos como uma serenata de acordes suaves e melodiosos.
E o encanto vem a cantar, entoando os sons da bela madrugada,
Despertando com o mais límpido, suave e abrasador raio de sol.
E renascendo me acalento na verdura da tua vegetação que suaviza a luz;
Os caminhos desenhados pelas águas dos rios
Versejam a natureza como as flores dimanam cheiros.
E nesse acalento adormeço mais uma vez,
Refletindo açodadamente num misto de sensatez e inconsciência.
Dizem: “Amazônia imaculada e sublime!”.
E não é falsídia, pois vejo a tua paisagem opulenta e riquíssima em cores infalsificáveis.
E refletindo mais uma vez, venho a sonhar novamente,
Onde a fantasia encantada daquele lugar amalgama o verossímil com o inverrosímil.
Vejam a pororoca!!!, natureza viva;
O seu magnífico estrondar nasce do amor
Entre as correntes fluviais com as águas oceânicas.
Força e poder da mãe natureza envolta nas águas
Que tapam os meus medos e afogam minhas mágoas,
Que pela maviosidade do seu estrepitoso canto,
Poetifico os meus pensamentos, declamando-te aos prantos:
Ah! Amazônia bela, que brota do solo, mãe-terra,
Adubando este chão, Ah! Amazônia imensidão;
O devaneio é no reencontro onde me encontro!
Simbiose, serenidade ou ilusão!!!
Estou perdido na infinitude ilusória da minha mente, que teima em mentir...
Ah! Amazônia mansidão, verdecente algodão, devaneio sofreguidão,
Socorre-me em teus braços, Oh! esmeralda translúcida.
Reencontro-me e me perco a cada encontro nessa mata virginal.
Aflição ou consolação. Vou para o chão da minha ilusão.
Vou alterar o meu coração
Por esta beleza natural que me envolve, que me faz voltar,
E me reencontrar, para devanear, ir pra lá e não mais voltar,
Reencontro pra ficar, devaneio sem hesitar;
Voltando, voando, nadando, correndo ou perambulando.
Ah! Estou perdido!...
Nos Céus? Nos Mares?..
Estarei eu são?
Ah! Perdição...
Ah! Amazônia gratidão!!!!!!!

Autor do poema: Autista.
Co-autor: Marcelino Frota Vieira.

PS: Agradecimento especial ao preclaro amigo Marcelino Frota Vieira, policiólogo, jurisconsulto, “workaholic”, e nos poucos momentos de folga, um poeta nato. Um grande homem, decente, honesto e companheiro, arraigado aos valores morais e éticos e com quem tive a honra de dividir momentos de criação literária.