O SILÊNCIO DA NOITE
Na madrugada o sereno ecoa no silêncio,
sereno gélido, obscuro, corrosivo.
Sereno quieto como o fim da esperança
como o fim do sorriso de uma criança.
Na madrugada o vento varre as ruas em silêncio
varre a dor, que desaparece no infinito,
o mesmo vento que refrescou a testa de escravos em outrora,
o vento que carregou o aroma de guerras toulas.
Esta noite o vento morre tão silencioso que o povo adormecido não percebe...
Na madrugada a chuva toca o chão em silêncio
toca as plantas que se estremece ao relente,
limpa as ruas, leva na água toda sujeira o sangue derramado,
enfim...
a chuva cai tempo passa...
a noite retorna,
e com ela trazendo o desespero de um dia tudo se repetir.