Estação do fim

Sinto o vento bater em meu rosto

E pouca saliva na boca

Sei que estamos no mês de agosto

Com uma umidade baixa, tão pouca.

Meu pulmão trabalhando mais

Filtrando todas essas impurezas

Cumprindo planos e ideais

Mas minha voz fica indefesa.

Vejo folhas por toda parte

Passeando na ventania

Isso não é obra de arte

Não há autor nem autoria.

E junto ao vento vem a poeira

Tirando a beleza das praças

E das nuvens não cai goteira

Deixando meus dias sem graça.

O sol queimando sem pena

Desbota até o asfalto da rua

Aquece o rosário na novena

Deixa as árvores despidas e nuas.

Vivemos a estação do fim

E não existe pra onde fugir

O povo sofre, reclama, enfim

Mas o sistema tende a reagir.

Francisco Assis Silva é Bombeiro Militar

Email: assislike@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 20/08/2012
Código do texto: T3840158
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