Estação do fim
Sinto o vento bater em meu rosto
E pouca saliva na boca
Sei que estamos no mês de agosto
Com uma umidade baixa, tão pouca.
Meu pulmão trabalhando mais
Filtrando todas essas impurezas
Cumprindo planos e ideais
Mas minha voz fica indefesa.
Vejo folhas por toda parte
Passeando na ventania
Isso não é obra de arte
Não há autor nem autoria.
E junto ao vento vem a poeira
Tirando a beleza das praças
E das nuvens não cai goteira
Deixando meus dias sem graça.
O sol queimando sem pena
Desbota até o asfalto da rua
Aquece o rosário na novena
Deixa as árvores despidas e nuas.
Vivemos a estação do fim
E não existe pra onde fugir
O povo sofre, reclama, enfim
Mas o sistema tende a reagir.
Francisco Assis Silva é Bombeiro Militar
Email: assislike@hotmail.com