Fogo que queima a alma

Quanta dor, ao ver que a brisa de antes não mora mais aqui,

Neste paraíso de antes, só as cinzas como testemunho de uma vida.

Há um rastro de agonia, minguaram as águas, as veredas choram,

Das formas exuberantes, da diversidade tão rica, só uma ferida...

Aroeiras, Jacarandás, Pequizeiros, Cagaiteiras e tantos outros...

Agora, como corpos semimortos à espera do fim.

Abrigo de tantos: Tamanduás, Veados Campeiros, Sabiás, Formigas, Cupins,

Borboletas de tão variadas cores, enfim...

Resta um corpo empobrecido,

Meu Sertão, de vida tão abundante já não é como antes,

Foi consumido pela barbárie, por nossa inconsequência.

Quanto pesar, ao ver que a luz dos teus olhos já não brilha mais...