A MORTE DA BALEIA

A MORTE DA BALEIA

Não merecias a morte.

Tão bela, tão grande e dócil...

Não essa morte esculpida por mãos humanas,

por essa maldade incrustada em séculos de memória,

essa indiferença estranha e pegajosa

que o homem carrega em seus olhos.

Dominamos a terra, o ar e o mar,

mas nos esquecemos dos limites.

Se nos lembrássemos de que a vida

é um frágil espelho de cristal,

seu canto continuaria a ecoar pelos mares

repetindo aquela mesma sequência

tantas vezes ouvida e sempre encantada.

Enquanto elas entoam suas canções entre as conchas,

velhos arpões ainda executam o nefasto ritual

de tingir a imensidão azul.

Como explicar, como entender?

Não sei dizer.

Só sei que o homem ainda é um pequeno rascunho

e, em tudo, menor que as baleias.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 09/11/2012
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