Soneto à gameleira morta

Machado bronco derrubou a gameleira

Tal qual se deu com o carvalho do poeta,

Simbolizando o abate gestão abjeta

De gente vil, incréu, sem fé, aventureira.

A árvore sã que foi quase uma bandeira

De um povo bravo e forte que perdeu a meta

Caiu aos golpes de maligna vendeta

Tramada por vilã cruel e forasteira.

A musa inspiradora de remotos cantores

Beijou a terra destilando antigas dores

Na rua suburbana que herdou seu nome.

À sua sombra cresceu a comunidade,

Restando a estupefaciente ansiedade

Vinda de uma impotência que nos carcome.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 11/01/2013
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