Mar, meu querido mar...

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Mar, meu querido mar,
Ouve o meu lamento... silente,
Ouve na cantiga do vento e,
Sente no Sol poente, meus silêncios quentes
Tua ausente presença a reclamar...

Mar, meu querido mar,
Não tenho em minha voz o teu cantar,
Não tenho em meu movimento o teu bailar,
Quiçá em minhas profundezas, os teus corais.
Tenho uma aridez profunda, maníaca maresia a atormentar...

Mar, meu querido mar,
Tu vens, derrama-te... e minhas areias te pões a beijar,
Depois partes e demoras tanto a retornar,
Fico eu, em mil partículas a soçobrar... e, em áridas areias,
Saudades tuas a redemoinhar...

Mar, meu querido mar,
Tu sabes, a areia é assim,
Suga, suga as águas do mar e do mar  sempre  quer mais,
Oh, tola e insaciável areia de absorver infindo,
Sereneia, sereneia areia...  onda foi, onda vem vindo!
 
 
  

 

Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 31/01/2013
Reeditado em 18/02/2013
Código do texto: T4115054
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