Clamor do Homem da Roça

Ha muito tempo não chove
Ha muito não ouço um trovão,
Eu que moro aqui na roça
Já esqueci até o que é poça
Estou perdendo a plantação.

Antes do dia clarear
Eu levanto bem cedinho,
Com os pés descalço caminho
Pra sentir na sola do pé
As gotas de orvalho molhar.

Pro meio da roça eu ando
E converso com a plantação,
Peço a elas que não morram
Que este orvalho que tens nas folhas
Alimentem seu coração.

Sózinho pro meio da roça
O dia já amanhece,
E muito antes que o orvalho seque
A Deus faço minha prece;

Pra que ele mande chuva
No meu plantio de feijão,
Quero ver o chão molhado
Novamente as folhas verdes
Enxurrada pelo chão.

Senhor;
Escute este homen do campo
Que trabalha com amor,
Que tira da terra o alimento
Derramando seu suor.

Faço aqui uma promessa
Se salvar a plantação,
Doarei metade da roça
Em forma de gratidão.

Ficarei na porta da igreja
Pra entregar de mão em mão,
A cada um que passar
Com prazer vou entregar
Um pacote de feijão...
João Luis de Oliveira
Enviado por João Luis de Oliveira em 20/04/2013
Reeditado em 05/09/2013
Código do texto: T4250914
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