Pupilas de Guaraná


Na floresta verde
Repleta de lendas e
Canções
Um beija-flor toma
Água adocicada numa
Exótica orquídea
 
Uma formiga metamorfoseia-se
Numa grande árvore
Uma lagarta dilata as pupilas
Para contemplar a hiléia
Depois vira uma borboleta
Azul
 
Um igarapé esverdeado
Florido de flores de sangue
Azul
Peixinhos coloridos
E iaras
 
Mata a sede da mata
Do antigo jabuti
Do mata - mata anta
Da nambu que canta
Da folha que encanta
Do camaleão
 
Acorda o dia com o vermelho
Das araras
Algazarras de cores
O guaraná abre os olhos
Encantado
Suas lágrimas alimentaram os músculos
Dos terçados
Que cortaram os roçados
O cabo das enxadas amoladas
Que arrancaram as ucas
E plantaram os grãos dourados
 
E um pequeno olho d’ água
Começa a bordar com seu pequeno
Fio transparente
Um oceano.
 
 
       Luiz Alfredo - poeta
 
 
 
 

 
luiefmm
Enviado por luiefmm em 18/10/2013
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