Tempestade

O céu do sul do mundo está com umas ideias,

Que não vetam, espero o madurar as pitangas;

Por aqui o granizo quando cai a coisa enfeia

Pois essa pedra gelada quando dá na telha,

Às vezes dá estrago, tem dado pano pra manga...

As mulheres apressadas despindo seus varais,

Acenam em silêncio sua acertada meteorologia;

Se descuidam um minuto pode ser tarde demais,

Mesclando os trastes dos infantes e dos pais,

Separam do risco, o fruto do labor desse dia...

Meu exército de um homem só sob a casamata,

Espero que o inimigo desista em breve do ataque;

Mas o vento do sul golpeia com forte chibata,

Não sei se querendo ou fortuito, porém, maltrata,

Nem todas as malocas resistem a esse duro baque...

Acabou o mate na varanda e o baile lasso na rede,

Pois a tempestade decidiu que vai passear pelo sul;

Cada gajo se recolhe entre as suas frágeis paredes;

O consolo é que a natureza será ainda mais verde,

Quando o céu do sul do mundo, voltar a ser azul...