Transvívio da DaMata

Vanessa das Flores

é antídoto, remédio para os ainda bens

das dores.

É da Mata essa dança que me encorpa,

fragmenta em amores,

Fluídos, quase ondas do mar.

Onda Sonora!

Sabores que afloram

na fauna de pedra;

A partir de agora somos Miraflores!

Com dedos amados no peito do som

e deste peito

brotaram flores orgânicas

Das cordas vocais, tocadas finamente pelos dedos do ar

nasce o canto dessa flora.

'Nasçam árvores humanas

que brotem pássaros dos braços

Dos dedos nasce a avi-fauna Miraflores

- onde todos cantam, gozam e gastam a vida'

Beija-flores enfeitam os vestidos das moças

que dançam a vida semeando sonoros amores.

Beija-flores enfeitam o sol, o céu do corpo.

Em Miraflores somos todos galhos, floras

apenas-mente florescendo o céu.

Esse antídoto das mãos, dai-me!

Nascer flores das cordas é divino no reino das aves.

Valei-me desse amor solto ao vento e ao tempo!

Implico, aos ares a semeadura no concreto.

O veneno de Miraflores é o tempo

e esse antídoto do tempo nasce do intrínseco

som das almas brotadas.

Das flores nasceram Vanessa, com enfeite no cabelo

da nós em solstícios de luz

Da Mata nasceu o beija-flor que

nos braços enlaçou a liga desse sítio novo.

O mundo é a poli-soma de quintais redondos

Dê-me a mão, pare o tempo,

enquanto a flor do asfalto é uma fábula poética

escapo e recomponho-me na copa

das ondas orgânicas.