Árido sertão .

O céu se mesclava,

o azul e o branco pareciam

irmãos, o sol ardia.

A poeira subia a cada

golpe. O vento a levava

por quilômetros de distância

com um cheiro, uma

cor, peculiarmente própria

O sol,acima, ardia e

condenava quem quer

que fosse.O suor escorria

diante do calor, cansaço.

O trabalho, de tão

repetitivo, havia, a tempos

se tornado automático.

A aridez consumia

o homem, a água, o verde,

tudo que fosse vivo.

A enxada era velha,

já não cortava direito,

os pássaros, por falta de

algo melhor, cantavam.

A solidão naquele lugar

era tão única que mesmo

acompanhado, parecia estarmos

só.

Com as costas curvadas,

rugas pelo rosto,

um chapéu velho, mais

velho que o próprio dono,

ele, agora, usava o

rastelo velho, quase inútil,

usava-o para terminar

o serviço, um serviço

medíocre que tão pouco

lhe sustentava.

Com o sol abaixando

ele começava a se

preparar para voltar

para casa, uma casa

velha, igualmente medíocre,

bem no meio do árido

sertão .

Julyana Ribeiro
Enviado por Julyana Ribeiro em 31/08/2014
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