Árido sertão .
O céu se mesclava,
o azul e o branco pareciam
irmãos, o sol ardia.
A poeira subia a cada
golpe. O vento a levava
por quilômetros de distância
com um cheiro, uma
cor, peculiarmente própria
O sol,acima, ardia e
condenava quem quer
que fosse.O suor escorria
diante do calor, cansaço.
O trabalho, de tão
repetitivo, havia, a tempos
se tornado automático.
A aridez consumia
o homem, a água, o verde,
tudo que fosse vivo.
A enxada era velha,
já não cortava direito,
os pássaros, por falta de
algo melhor, cantavam.
A solidão naquele lugar
era tão única que mesmo
acompanhado, parecia estarmos
só.
Com as costas curvadas,
rugas pelo rosto,
um chapéu velho, mais
velho que o próprio dono,
ele, agora, usava o
rastelo velho, quase inútil,
usava-o para terminar
o serviço, um serviço
medíocre que tão pouco
lhe sustentava.
Com o sol abaixando
ele começava a se
preparar para voltar
para casa, uma casa
velha, igualmente medíocre,
bem no meio do árido
sertão .