LEMBRANÇAS DAS QUEIMADAS

Pálidas serranias de aroeiras desfolhadas,

Que tristemente certa vez eu descrevi,

Ao queima-las as labaredas também senti

O noturno reflexo ardente das queimadas.

Ao trincar das pedras os gemidos das raízes,

O estralar do lenho, relinchos e tropéis

Dos bravios potros ressurgindo dos dosséis,

Em cinzas fumarentas no queimo dos matizes.

Afeiam-se as frondes dos retorcidos matagais,

Sucumbem os aluviões, seixos e cascalhos,

Onde seus medos uivam os negros areais.

Das imbaúbas gemem os verdes galhos,

Inteira sucumbe a fauna, choram mananciais

Em bêbeda dança soterrados nos borralhos.

De ege - sp

do livro poeira e flor vol II

EGÊ VALADARES
Enviado por EGÊ VALADARES em 09/11/2014
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