LEMBRANÇAS DAS QUEIMADAS
Pálidas serranias de aroeiras desfolhadas,
Que tristemente certa vez eu descrevi,
Ao queima-las as labaredas também senti
O noturno reflexo ardente das queimadas.
Ao trincar das pedras os gemidos das raízes,
O estralar do lenho, relinchos e tropéis
Dos bravios potros ressurgindo dos dosséis,
Em cinzas fumarentas no queimo dos matizes.
Afeiam-se as frondes dos retorcidos matagais,
Sucumbem os aluviões, seixos e cascalhos,
Onde seus medos uivam os negros areais.
Das imbaúbas gemem os verdes galhos,
Inteira sucumbe a fauna, choram mananciais
Em bêbeda dança soterrados nos borralhos.
De ege - sp
do livro poeira e flor vol II