Sumo Artista
"A caminhada pelas ruas fazem de
mim um mero transeunte
Mas, incomum de todos, percorro
por um museu itinerante
Com trajes informais e uma boa
postura, eis um simples cidadão
Não para exercer meus deveres e
sim apreciar a arte da imensidão
Olhando o firmamento mergulho a
alma para o fundo do mar sideral
Deitado, observo as estonteantes
pinturas sob o manto celestial
Natureza, um Sumo Artista,
possuidora de obras pitorescas
Enchem os olhos neste estado
sublime com melodias francesas
França, de um glamour colossal,
onde a arte passeia livre
Mas os quadros da Natureza não
comportam o Museu do Louvre
Entre o paredão de nuvens deleito
com uma mancha colorida
Para o tormento de Delacroix caso
fosse sua investida
Ah, essa mancha tornou o céu tão
delicioso que comecei a salivar
Reclinado no rochedo delirei
pertencendo ao âmago do mar
Revivo os pastores de Arcádia,
berço da poesia bucólica
A vida campestre, serena, nada
tem de melancólica
Desfrutar o revoar dos pássaros e
o carinho singular dos ventos
Eleva o meu ser à outros planos, o
absorto em pensamentos
Não me abala a tristeza ao ver a
mancha multicolor se dissolvendo
Agradeço Natureza, talentosa
pintora, por este único momento"