Sumo Artista

"A caminhada pelas ruas fazem de

mim um mero transeunte

Mas, incomum de todos, percorro

por um museu itinerante

Com trajes informais e uma boa

postura, eis um simples cidadão

Não para exercer meus deveres e

sim apreciar a arte da imensidão

Olhando o firmamento mergulho a

alma para o fundo do mar sideral

Deitado, observo as estonteantes

pinturas sob o manto celestial

Natureza, um Sumo Artista,

possuidora de obras pitorescas

Enchem os olhos neste estado

sublime com melodias francesas

França, de um glamour colossal,

onde a arte passeia livre

Mas os quadros da Natureza não

comportam o Museu do Louvre

Entre o paredão de nuvens deleito

com uma mancha colorida

Para o tormento de Delacroix caso

fosse sua investida

Ah, essa mancha tornou o céu tão

delicioso que comecei a salivar

Reclinado no rochedo delirei

pertencendo ao âmago do mar

Revivo os pastores de Arcádia,

berço da poesia bucólica

A vida campestre, serena, nada

tem de melancólica

Desfrutar o revoar dos pássaros e

o carinho singular dos ventos

Eleva o meu ser à outros planos, o

absorto em pensamentos

Não me abala a tristeza ao ver a

mancha multicolor se dissolvendo

Agradeço Natureza, talentosa

pintora, por este único momento"

Moraes IV
Enviado por Moraes IV em 07/01/2015
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